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A tal inspiração


08 junho 2015


       Moça, não crie essa confusão; deixe a inspiração tomar conta do seu coração. Faça uma pausa. Relaxe. Tome um banho. Veja um filme. Coma uma pizza - ou faça um miojo. Quem sabe depois de um banho calmo, um filme inspirador e uma comida deliciosa, a inspiração resolva lhe visitar? Caso contrário, não se desespere, não pense que ela lhe abandonou e, nunca nunca nunca diga que não voltará a escrever. Não tome conclusões precipitadas, não se deixe levar por um boato ou uma placa -pois o ‘MIOJO DE TRÊS MINUTOS’, leva cinco.

A inspiração não é um filme e muito menos um controle remoto que podes apertar PLAY quando quiseres. Você pode estar em um belo dia de domingo chuvoso, de pijama sentado na cama com o notebook esquentando sua perna; pode estar com o pendrive piscando e o Word aberto, mas a inspiração entrou em férias e tu não sabes sobre o quê escrever.

Ou você pode estar em uma tediosa segunda-feira calorenta, o suor pingando da sua testa depois de uma manhã de trabalho, pode estar fazendo uma prova de matemática - cálculo, cálculo, cálculo... - e uma noite de trabalho pode estar lhe aguardando; mas quando você não está com papel nem caneta, está no meio da rua ou em um grupo de colegas, a tal inspiração faz ‘TOC TOC’ em sua porta e a vontade de escrever passa o dia martelando na sua cabeça, e para evitar um BUG no seu cérebro, você abre a porta e diz ‘PODE ENTRAR’.

Então você se pega escrevendo em um guardanapo de uma lanchonete qualquer, enquanto a coxinha esfria. E a noite a vontade de escrever já é tão grande que você deixa de dormir, deixa de sentir aquela velha dorzinha nas costas depois de um dia cansativo, para escrever. Escrever sobre o pão com ovo que comeu no café da manhã, escrever sobre o gari que cumprimentou na rua ou sobre o latir do cachorro do velho da esquina. Até sobre o seu miojo de galinha caipira ou sobre os calos que a maldita sapatilha deixou, você escreve.

Inspiração não é coisa que se possa conseguir num estralar de dedos. Mas, caso você estrale os dedos e resolva escrever sobre o estralar que os dedos polegar e médio proporcionou, fique a vontade. Se ela vim quando estiveres na TPM, use o absorvente de palavras. Se ela vim quando estiveres enjoado ou com virose, vomite sobre o papel. Apenas fique atento, e se a tal inspiração bater em sua porta - TOC TOC -, abra e a convide para entrar.

3 comentários:

  1. Se algo te consome em todos os lugares te incitando fragmentos,escreva
    Se algo te segura os olhos para não dormir, e esse algo tem um quê de história, escreva.
    Se algo te corrói e apenas à escrita pode lhe proporcionar alívio, escreva.
    Se há uma ânsia de vida buscando liberdade através das palavras, escreva. Escreva!
    Caso contrário pense em outra coisa. Z

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  2. Fui descoberto. Hehehe. Obrigado pelo elogio! Z. B

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