Seu texto aqui: E você, como está?

Eu sei que prometi esse post na Segunda, mas foram muitos textos e queria ler todos com calma, queria dizer também que foram demais, cada palavra, cada sentimento enviado pela caixa de e mail, foi lindo de se ler. E só porque o seu não está aqui, não quer dizer que foi ruim, eu fiquei com tanta duvida de escolher, vocês são ótimos com as palavras. Espero mais ok? Até quinta.

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Ei, isso não é "uma carta de amor" eu juro que não. Eu só "tô" escrevendo porque preciso me livrar disso. É só por isso que estou aqui.

Sim, você está fazendo uma puta falta em minha vida, coisas bobas que gostaria de compartilhar com você e hoje me obrigo a não fazer mais, ver você tão irritantemente lindo e não dizer para você o que você já sabe e sempre soube, quão lindo é, me testa em meus limites mais insanos e cruéis. Mas, aguentei. Olha o meu sorriso de alegria por ter aguentado. Acho que você não pode ver, ultimamente, sorrir para você se tornou algo difícil.

Não é nem de longe uma declaração, acredite, só quero ficar livre de uma vez por todas, esgotar tudo o que sinto e penso para não sentir mais vontade de falar novamente, então quer saber? Fui sim, sincera com você como nunca, nunca mesmo fui com alguém em toda a minha vida e mesmo que eu tenha acreditado na reciprocidade dessa sinceridade e tenha percebido que ela não existia, eu não me arrependo, se arrepender é para os fracos, talvez eu duvide um pouco das minhas escolhas, mas me arrepender não, porque nem a dor da decepção me fez ter vontade de ter sido com você diferente do que fui.

São escolhas não é mesmo? Em um determinado momento, você escolheu não ser mais sincero comigo como dizia que era, colocando em dúvida se chegou a ser sincero um dia. Já não sei. Já não me importa.

Sim, você está fazendo uma puta falta mesmo depois disso tudo que escrevi, mas, tirando o primeiro dia, em que me tranquei naquele cubículo banheiro e achei que não seria capaz de sair mais de lá, após você confirmar, não por ter sido sincero, mas porque não tinha mais como negar,que agora tem outro alguém, eu tô bem, tirando aquele dia, e tirando o fato de que nenhuma lágrima caiu do meu rosto e ainda não sei se isso é bom, eu tô bem, eu estou ficando bem.

Então, pra ser bem sincera, tirando essa puta falta que conversar com você me faz, tirando tudo o que a decepção já me tirou, acho que no fundo, acho não, quer saber, tenho a certeza de que houve algo entre nós, sincero ou não, houve e pode me xingar agora, mas, eu duvido que não sinta falta das conversas que tínhamos em diversos níveis e que sei, sei sim que não terá com outra pessoa, assim como não terá com outra pessoa a conexão que um dia existiu entre nós, eu si disso, sei porque você pode mentir, você pode me ferir de várias formas, mas, o seu olhar jamais e eu sei o que vi nele quando fizemos amor pela primeira vez e sei que estarei por um bom tempo no toque de suas mãos ao segurar na cintura de alguém, sei que estarei no chuveiro com você quando for tomar banho com ela, assim como se lembrará de mim cada vez que realizar algum dos seus sonhos, porque você sabe o quanto eu torci para que eles se realizassem. Eu sei.

Qualquer outra pessoa será incapaz de olhar os seus pés em baixo da mesa balançando e em seguida dar um jeito de perguntar como quem não quer nada, se você está bem e como está sendo o seu dia, qualquer outra pessoa será incapaz de reconhecer a sua ansiedade só por esse simples ato de balançar os pés.

Agora que estou melhor, vou dizer: Você tá fazendo uma puta falta, mas, eu tô ficando bem, vou me acostumar a não ter mais você ao meu lado, com a sua personalidade confusa, complicado,doce, ácido, alguém que sorri com os olhos e com eles fere.

Ufa... eu tô bem... E você, como está? Fazia dias que eu não fazia essa pergunta.

Texto da Giulliana Fischer Fatigatti, ela tem um blog sobre dependência química e um livro publicado sobre a  experiência com um ex-namorado dependente químico. Tem também um outro blog com textos soltos, sentimentos, emoções, dores. Está prestes a lançar o seu segundo livro, um romance, de forma independente.