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Sobre amores que recusamos que sejam amor


18 julho 2016


É aquela conversa que não tem nada de novo, que sempre pede no final uma "pizza" que estou falando. Aquele amor cafajeste, territorialista, dominador, até promíscuo que tanto nos fazem odiar amar e nada como uma bela contradição e que nos faz perdidas nesse amor doentio, masoquista e sádico.

Os olhares que lançamos para tela de um celular, de um computador quando na verdade queríamos estar lançando para a pessoa que nos responde. Um quinto de século e somos, e estamos, jovens que na busca de paixões, nos deparamos com o amor e quando esse amor, que não procuramos, é encontrado, somos feitos reféns de nós mesmos. Reféns de algo tão substancial, mas tão volátil, tão intenso como terno, tão vivaz como apaziguador, tão perturbador como sereno. Somos reféns de escolhas que nem fizemos.

E quando aquele olhar na tela já não basta, quando as letras já se embaraçam, quando as sensações passam a ser tão táteis, é quando não há mais a saída. Percebemos de fato que não há mais solução a não ser se entregar de corpo e alma, e nunca corpo e alma foi tão real. Nunca o corpo foi tão possuído por outro ser e a alma tão devorada. Perdemos a convicção de nós mesmos, dos nossos sentidos, nos jogamos do abismo que é esse sentimento na esperança do outro estar lá para nos aparar na queda. Essa esperança, essa confiança, que nos faz recusar que seja amor. A queda é livre, mas a chegada sem ninguém para aparar, doi.

Queremos só aventuras, conhecer novas línguas, novos céus, mas no meio da viagem somos surpreendidas, o espaço que separava na cama, virou conchinha, o boa noite sem graça, se transformou em um beijo demorado de meias línguas, os lençóis são únicos, não há dois, só um. Tem o cheiro de banho, aquele hálito de pasta que se tornou gostoso, o suor que escorre dos braços, das pernas, dos seios só por causa daquele contato permanente, tem os dedos entrelaçados e a respiração calma, às vezes afoita do sono. O dormir não é o mesmo e o acordar também não. São as forças, vontades, intensidades, sensações que nos fazem cair na armadilha e ficarmos no final por vontade própria, e aí, já foi! Já não há mais razão de achar que tudo será só perdas, será também ganhos.

E sobre esses amores que recusamos que sejam amor? Esquecemos da recusa e aceitamos. Nos perdemos aceitando, que por fim faz com que o toque ainda esteja na pele, o beijo na boca, o riso no ouvir e o boa noite, sempre no dormir.

8 comentários:

  1. Acho que existem muitos tipos de amor. Aqueles que você odeia e ao mesmo tempo ama kkk, e aquele amigo que a gente nunca quer aceitar que é amor. Acho que independente de qualquer coisa, temos que nos entregar de corpo e alma para qualquer tipo de sentimento, sem medo. Seu texto é super profundo e lindo :)

    www.vivendosentimentos.com.br

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  2. Que texto intenso, é lindo! E é assim mesmo, na verdade o amor chega a ser difícil de decifrar.

    www.leitorasvorazes.com.br

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  3. Lindo texto!!! Sabe, estou evitando amores... ao menos por um tempo! Acho que já sambaram tanto em cima do meu coração (rsss) que se eu sentir esses sintomas vou ter vontade de sair correndo :(

    Bjinhos,
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  4. Oie Kézia =)

    As vezes acho que as pessoas em sua grande maioria confunde amor com outra coisa. Amor é amizade, companheirismo é fazer concessões.

    O problema é que pelo menos do ponto de vista que vejo, as pessoas de esquecem desses detalhes na primeira dificuldade que aparece...

    Lindo texto!


    Beijos;***

    Ane Reis.
    mydearlibrary | Livros, divagações e outras histórias...
    @mydearlibrary

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  5. Que amoor o seu texto! Lindo lindo <3 acho que a maior parte das pessoas evita abrir espaço pra esse sentimento por medo de se machucar, e isso é uma pena.

    xx Carol
    http://caverna-literaria.blogspot.com.br/

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