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Seu texto aqui: Você Sabe do que a Vida é Feita?


11 junho 2015


Hoje eu tenho uma pergunta para fazer: vocês já se perguntaram do que a vida é feita? Mas não estou perguntando para vocês me responderem do modo científico, porque sei que, na teoria, tudo é feito de átomos. Não é isso que te perguntei. Quero saber se já se perguntou do que nossas memórias e sentimentos são feitos. Não? Eu já, e cheguei numa resposta muito simples, porém um tanto assustadora. Experiências. A vida é feita de experiências. Quer uma prova disso? 

Lembre-se de qualquer momento que te faça sorrir. Lembrou? Isso foi uma experiência. E são elas, das mais pequenas ás maiores, que vão preenchendo aquilo que nós chamamos de lembranças. Porque experiências não são apenas aquilo que fazemos pela primeira vez, mas sim, tudo o que fazemos. Eu posso abraçar uma pessoa pela primeira vez hoje, e pode ser muito bom, porque estava frio. Mas amanhã, eu posso abraçar essa mesma pessoa, mais uma vez, e pode ser bom porque descobri que gosto do perfume que ela usa, e isso se torna uma nova experiência. Porque semana que vem, eu posso abraçar essa mesma pessoa e descobrir que nunca mais quero que ela me solte, e assim eu tenho a experiência de descobrir que gosto de alguém. 

Entende? Mas acho que vou ser mais objetiva. As histórias que nos marcam são experiências que vivemos. Desde a primeira vez que conseguimos escrever nosso nome sem a ajuda de ninguém, até a primeira vez que tiramos nota 10 em química, no ensino médio... Isso ainda não aconteceu comigo mas pode acontecer a qualquer momento. Ou não. 

O que eu não entendo é quando as pessoas tem medo de novas experiências. Porque, para mim, ter medo de experimentar algo novo, é como querer ficar no mesmo degrau da vida, para sempre. A cada nova experiência, subimos um novo degrau. E ficamos renovando nossas experiências enquanto ficamos num mesmo degrau durante um tempo, até que algo desconhecido surge e você vai experimentar. Aew! Um novo degrau surge. E assim vai. 

Nem todas as novas experiências são boas. Ás vezes podemos perder alguém, pela primeira vez. Ou então, receber uma facada nas costas de alguém que nem imaginávamos. Ou até comprar toddynho e só depois perceber que ele veio sem canudo. Mas mesmo assim, avançamos degraus, nunca regredimos. Sempre evoluímos, com cada experiência. Sendo boa ou ruim, sempre aprendemos com elas e seguimos em frente na vida. No caso do toddynho, aprendi que da próxima vez eu preciso ter certeza de que há um canudo grudado atrás dele. Mas tem vezes que não aprendemos com nossos erros, porque semana passada eu fui no mercado e não vi se tinha canudo ou não... Tive que abrir o toddynho e tomar no copo. Mas fica tranqüilo, no máximo, ficamos empacados num mesmo degrau. O que pode ser até pior do que voltar algum. 

Coloque uma coias na sua mente: nem todas as suas experiências serão boas, mas não tenha medo de tentar. Leu bem? Vou repetir. NUNCA tenha medo de tentar. A vergonha de dar algo errado, ou de ter feito merda é melhor do que o arrependimento te visitando toda a noite. Arrependimento sufoca, vergonha vira risada com os amigos depois. O que você prefere? 

Mas você se engana se acha que sou assim na minha vida. Morro de medo quando algo desconhecido surge para eu experimentar, mas eu tento. Primeiro eu quero sair correndo, depois, pessoas me ajudam a tomar a coragem e no final, eu vou. Posso até tentar não tentando, ficar naquele meio termo, como um dia, onde que eu tomei coragem para pular do trampolim da piscina e desisti quando já estava no ar. Caí na piscina com muito mal jeito e fiquei dolorida durante dias... Mas eu tentei! 

Estou numa idade que tudo é novidade, e onde ainda terei muitas experiências novas e tenho a consciência de que nem todas serão boas. Eu sei disso, e pode parecer assustador quando percebemos que há coisas que ainda tem que ser descobertas por nós. Mas e se der errado? Qual o problema? Costumo me fazer uma pergunta: “Se der ruim, o que isso me afeta daqui a 10 anos?”. Se a resposta for “nada”, se joga! Vira história pra rir depois. Se a resposta for “sim”, repense bem o que você vai fazer haha. 

Vou terminar o texto afirmando o que disse no começo: A vida é feita de experiências. Se você tiver medo, do que a sua vida será feita? Que histórias vai contar no futuro? Como vai rir de você mesma? Se joga nas coisas novas e viva! Apenas viva e não se importe com que os outros pensam. Afinal, esse tipo de pessoa não estará na sua vida aqui a 10 anos.

O texto dessa semana foi da querida leitora Barbara Rufino, e vocês podem acompanhar outros textos dela no blog Coisas do tipo. Quer ter seu texto publicado e divulgado aqui no blog? É só mandar um (único) texto para o e-mail:
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Seu texto aqui: O descarregar da noite


22 abril 2015


A noite é assim, silenciosa, tediosa e misteriosa, como um dia de semana sem energia. O coração descansa, pulsa, descarrega; o cérebro se aperreia, fica agoniado, pensa besteira e trava, assim como os aparelhos com baterias fracas. A noite vem se arrastando e expulsando a luz, afastando o barulho e as pessoas que dormem em camas separadas. Ela chega gradativamente e se grava todos os dias, como se fosse uma atitude diária do universo e o todo. Embora seja, ouso dizer que a noite vem para buscar companhia, para se aconchegar na cama e dormir de conchinha. Ela aparece, pega na minha mão e diz “Vamos dormir, estou exausta de andar perambulando por aí”. E eu estou cansada da luz para continuar, acabo aceitando a mão estendida e deito. Deito, leio alguns capítulos do livro da cabeceira, penso, fungo, viro de um lado para o outro, e me encaixo na noite e na sua escuridão, vulgarmente falando, na sua solidão. 

A noite vem em segundo plano, assim como a dor de um momento melancólico. O sol vem, queima a pele e esquenta tudo, a noite chega, esfria meu corpo e chego a ficar atormentada por pensamentos tão frios quanto o Canadá. “Estou com sono”, digo durante o dia. “Estou louca”, sussurro em meio à noite. Pensamentos insanos passam por cabeças cansadas. Sentimentos desconhecidos preenchem o vazio de um coração doente. E quando percebo que estou sonhando, faço um esforço para acordar, acordo ofegante e suando, o frio da noite já fora embora. E me arrependo de ter acordado, devia ter ficado sonhando, mas, tarde demais agora, e fico observando o teto mesmo no escuro, com a luz apagada. 

Vejo na tela fraca do celular que são três horas da madrugada. Lembro que ouvi dizer por aí que esse horário é perigoso. “É a hora oposta”, gente velha diz. E fico com medo de levantar e um demônio entrar em meu corpo sonolento. Lembro a mim mesma que o pior demônio é o que criamos por medo. Me enrolo mesmo suando frio e sinto um puxão no meu pé. Me encolho rápido e rio da minha ingenuidade, não é nenhum tipo de bicho me puxando. É apenas a noite me lembrando de que está aqui, sorrio com a garganta seca e lembro que preciso de água. Recuso me levantar e ir na cozinha, por isso me encaixo novamente na noite, beijo ela, minha boca fica úmida e não acho nojento. Tem um gosto amargo, que mesmo azedo, adoça a noite. E com frio, volto a dormir.

Março de 2015

O texto dessa semana foi da querida leitora Myrelle Padilha, quer ter seu texto publicado e divulgado aqui no blog? É só mandar um (único) texto para o e-mail:
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