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Relatos de uma noite e um coração trouxa


26 abril 2015


Estou pensando seriamente em começar um desafio de escrever sobre as noites que não me dão sono. Na maioria das vezes me sinto perturbada por um “ser sei lá o que” que me cutuca o pensamento e me força a escrever. Essa noite não foi diferente. Nela, duas palavras não saíram da minha cabeça: Amor e esquecimento. Elas permaneceram penduradas em meus pensamentos como balanços esperando para serem empurrados para frente... Então tratei logo de brincar.

Primeiro fui questionar o malbendito amor. O amor de verdade, desses tipos que a gente esquece, que a gente se força a esquecer justamente por ter sido bom. E esquecemos por causa das brigas e dos desentendimentos que, vamos combinar, é normal em qualquer tipo de relação. O único problema é que você esquece. Você se esquece das lembranças, de todos os abraços, de todas as surpresas, de todos os presentes, de todas as noites que ela te fez dormir, e todas as manhãs que ela conseguiu te despertar com um sorriso. Você esquece que apesar de tudo, ela foi a pessoa que mais te arrancou sorrisos, suspiros e poemas. Você esquece na hora do choro que ela, apesar da sua mania de dormir até tarde, foi a única que conseguiu fazer você no dia seguinte, acordar na mesma cama que a dela. E ainda por cima, com aquele sorriso bobo que ainda te faz pensar em continuar lá. Com ela. Na cama. Juntos. Apertadinhos. Foi ela que te fez pensar em continuações. Foi ela que te deu a coragem de arriscar algo, de se doar, de se doer, de se amar, de se deixar. E não ligar de estar sendo deixado, porque se ela foi é pra voltar. Com ela você teve a certeza da volta.

Mas na hora você esquece, não é?

A gente esquece do que é certo mesmo sabendo que vamos lembrar dela, ainda tentamos sair com várias outras e várias outras tentam nos fazer esquecer, mas a gente sabe, mesmo tentando ainda será o rosto dela que vamos enxergar quando piscarmos os olhos. Sei como é rapaz. A gente tenta dar razão as nossas justificativas, mas esquecemos que certas justificativas não tem perdão. Algumas são só “desculpas” para fazer algo que você já sabe ser errado. E então você se força a esquecer para não receber a culpa.

Aposto que você está ai sentando a procura de algum sentido para a escolha que você fez. Você sentiu seu peito bater, você sentiu seu coração pular e mesmo assim não teve coragem de pular em direção ao coração dessa pessoa. A gente esquece de ter coragem. Você viu que poderia ser diferente e fugiu. E esqueceu o porque de ter fugido sem ao menos lembrar de ter tentado. As pessoas ultimamente querem esquecer de tudo, pois não querem entender o motivo de não terem insistido.  A briga de ontem não foi tão feia para você chegar a pensar em terminar. O desentendimento de hoje não foi suficiente para jogar de uma vez tantas verdades em cima de uma pessoa que poderia carregar a verdade do seu coração. É que as vezes eu fico pensando se um dia triste vale tanto assim para anular a verdade do amor. Você esquece de amar para justamente não lembrar de sofrer. Mas o amor, ah o amor sempre será um sofrimento que vez ou outras vamos gostar de nos lembrar. O amor é, como já feito em pensamento para muitos, uma flor roxa que nasce no coração de um trouxa. Mas cá entre nós, as vezes fico pensando que o verdadeiro trouxa é aquele que tenta arrancar a flor. O verdadeiro trouxa é aquele que nunca amou.

Se tem uma coisa que posso tirar de bom dessa palavra, é para justamente me lembrar de nunca esquecer. E assim amar, de novo, de novo e de novo. Para depois, se não der certo, conseguir me fazer flor no coração daquele que um dia me amou.

Um comentário:

  1. Alguns textos tocam a nossa sensibilidade, outros vão mais além e tocam nossas almas! Belíssimo texto!! Parabéns!!


    http://joandersonoliveira.blogspot.com.br/

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